São João Batista
Igreja - Paróquia
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HISTÓRICO - TUDO SOBRE A PARÓQUIA SÃO JOÃO BATISTA
Doação do terreno
Em 1884 a rota da Estrada de Ferro Sorocabana trouxe a este local Delfino de Mello. Aqui ele adquiriu considerável extensão de terra e ergueu sua Casa de Pensão para abrigar àqueles que viriam fincar os trilhos da via férrea. Foi esse o embrião da Laranjal. No mesmo ano Delfino de Mello e sua esposa, Gertrudes do Amaral Cardia de Mello, verbalmente doaram à comunidade um terreno de 78 metros de base e 75 aos lados, formando um triângulo, para a construção de uma capela (local este onde se encontra a Igreja Matriz e toda a praça). A euforia tomou conta do pequeno povoado. O gesto vinha de encontro com o que aspiravam seus moradores, católicos por excelência. A seguir partiram para a regularização do terreno. Nenhum obstáculo existiu. Vivia-se o tempo em que "um fio de bigode honrava a palavra de um homem". O próprio Delfino de Mello agilizou as providências e a escritura foi lavrada às folhas 25 do livro 02 do nosso cartório. Certamente por desígnios divinos, isso aconteceu a 29 de agosto de 1899, dia em que se celebra o martírio de São João Batista. Parece que o próprio Criador escolheu o santo para proteger as terras e a gente de Laranjal.
Início da Festa de São João Batista
Esta festa, desde 1884, aqui já era celebrada por aqueles representantes da heróica raça negra que tinham se livrado do cancro da escravidão. Festa, envolta em verdadeiro sincretismo religioso e manifestações folclóricas oriundas da África, como manda a tradição herdada pelos portugueses, era realizada ao redor de uma capelinha existente na hoje denominada Praça D. Pedro II. Com a chegada da colônia italiana e sua natural alegria, ela foi incrementada. Adquiriu novas feições na parte profana com danças, músicas e pratos típicos da Itália. As celebrações religiosas haviam se modificado desde a inauguração da Capela onde ela passou a ser festejada e passaram a ter novena, missa e procissão. Juntou-se também aos italianos, outros povos vindos de diversas partes do mundo. Cada pedra, cada rua, tem um toque de imigrantes, levantaram com seus sonhos, um país, uma cidade que não tem dono.
Criação da Paróquia
Em 1899, o então Distrito de Laranjal não podia mais prescindir de "um pastor a guiar o seu rebanho". Era a aspiração da Paróquia. Era o primeiro passo a romper as amarras que nos atrelavam a Tietê. Através de subscrição popular, a comunidade adquiriu o dinheiro suficiente para equipar a Capela com o necessário: sacrário, pia batismal, paramentos, objetos e livros de ofício para os ritos e liturgia. Tanto que a 18 de fevereiro de 1900, por Decreto de Dom Antonio Cândido de Alvarenga, Bispo da Diocese de S. Paulo, era criada a Paróquia de S. João do Laranjal.
Informações históricas da Paróquia São João Batista:
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Realização das Santas Missões pregada pelos padres passionistas de 03 a 17 de novembro de 1935.
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Realização das Santas Missões pregada pelos padres missionários redemptoristas: Pe. Oscar Chagas e Pe. José B. da Silva - de 11 a 23 de maio de 1927.
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Realização das Santas Missões pregada pelos padres missionários redemptoristas: Pe. Siqueira, Pe. Alonso e Pe. Sousa - de 12 a 25 de julho de 1949.
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Inauguração do Altar do Sagrado Coração de Jesus na Igreja Matriz no dia 18 se setembro de 1927.
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Inauguração da Capela interna. do Colégio São Vicente de Paulo no dia 25 de maio de 1930
Decreto de Criação da Paróquia
Parochia de Laranjal - Decreto de creação da parochia
"Dom Antônio Cândido de Alvarenga, por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica, Bispado Diocezano de São Paulo".
Aos que este Nosso Decreto virem, saudações e bênção em o Senhor. Fazemos saber que attendendo ao maior bem e vantagem espiritual dos fiéis residentes na Capella de São João de Laranjal, pertencente à parochia de Tieté a qual é filial neste Nosso Bispado, usando de Nossa jurisdição ordinária Diocezana e em cazo necessário da que nos é delegada pelo Sacrossanto Concílio Tridentino –Sessão XXI – Cap. 4 De Reform. Havemos por bem, pela presente, erigir em território da dita Capella de São João de Laranjal uma freguezia, portanto, pelo presente Decreto Erigirmos e canonicamente Instituímos uma nova Parochia que se denominará de São João de Laranjal, cuja linha divisória é a seguinte: partindo da barra do rio Sorocaba no rio Tieté subirá pelo rio Sorocaba, até a ponte de Jurumirim na estrada que vai à Tatuhy e da hi por esta estrada até as divizas de Tatuhy e por estas divizas e as do distrito policial de Conchas até ao rio Tieté e por este rio acima até ao ponto de partida. A linha assim traçada formará os limites do território de São João de Laranjal. Assim limitada a nova Parochia de São João de Laranjal, submettemos à jurisdição e cuidado espiritual do parocho que para ella for nomeado e dos que canonicamente lhe sucederem no cargo os abitantes daquelle território, aos quais mandamos que tanto para o Revemo Parocho como para a Fábrica da Igreja, contribuam religiosamente com os investimentos, oblações e bônus que respeitivamente lhe sejam devidos por Estatutos, Leis, usos e costumes legítimos nesta Nossa Diocese e Ordenamos que, em quanto não se edificar o templo que será destinado para a Egreja Matriz funcione provisoriamente a nova Parochia na Capella alli esistente a que e por isto gosara de todos os privilégios e insígnias que em direito lhe couberem. Pelo que conçedemos a dita Capella, em quanto servir de Matriz da Parochia de São João de Laranjal, novamente eregilla pleno direito e faculdade para ter Sacrário em que se conserve o Augusto Sacramento da Eucharistia com os necessários ornatos e decençias com a lâmpada acesa de dia e de noite também, como a faculdade para alli estabelecer baptistério e Pia Baptismal, para ter livros de Tombo e de registros de baptismo, casamento e óbitos e todos os mais direitos, honras e distinções de nova Egreja Parochial. Damos portanto por irigida e constituída em Nossa Diocese a nova parochia acima despcrita a qual terá por Patrono a São João cuja festa ce há de celebrar anualmente com pompa e religioso esplendor no dia próprio. Mandamos que este mesmo Decreto seja lido em um dia festivo a estação da Missa Parochial tanto na Matriz do Tieté como na Capella Matriz Provisória da parochia novamente instituída, do que se passará certidão no verço deste para a todo o tempo constar. Depois do que seja registrado em nossa Câmara Episcopal em livro do tombo da nova Parochia dada e passada em nossa Câmara Episcopal de São Paulo sob sellos e signos de nossas Armas aos 17 de Fevereiro de 1900.
Com S.Exª Revemª - Cônego Manoel Vicente da Silva
Chegada da atual imagem de São João Batista
A 16 de março de 1897, inaugurada a 1ª Capela, além do crucifixo, símbolo maior do cristianismo, a Capela continha um simples altar de madeira e nele a imagem de S. Luiz Gonzaga, ambos também ofertados por Delfino de Mello. Logo depois, Dona Maria Corrêa de Almeida, em homenagem ao seu esposo, o Coronel João Alves, ofereceu ao templo uma modesta imagem de S. João Batista, cuja festa era realizada nesta Capela que foi a 1ª sede da Paróquia. Em 1902, o Cônego José Rodrigues de Oliveira, um Visitador Diocesano, registrou em Ata que "a imagem do padroeiro era pequena e que o vigário deveria providenciar uma de tamanho regular". Para cumprir o compromisso o pároco Padre Antonio Manzi promoveu um leilão e "inteirou à sua custa o que faltava" para comprar a imagem de S. João medindo um metro de altura. Seu custo foi trezentos e quinze mil e quinhentos réis. Ela foi adquirida na Casa R. Lucena, no Rio de Janeiro e chegou em 1903. Ainda é a mesma e, portanto está comemorando um século de existência entre nós. Com ela chegaram também a de São Benedito comprada pela sua Irmandade fundada em 1902 e mais a do Sagrado Coração de Jesus que resultou de campanha feita pelas senhoras devotas.
Início da construção da atual Igreja Matriz
Em 1913, Laranjal recebe aquele que viria fazer a sua história contemporânea: o Padre André Pieroni. Em 1916 ele deu início à construção da atual Igreja Matriz. Concluída a primeira parte, a nave central, ela foi inaugurada em 1925, mas só em 1947, com o revestimento externo, ela estaria inteiramente pronta. Foram anos de luta e perseverança para que tivéssemos o grande patrimônio religioso-artístico-cultural que é este que já foi considerado "o mais belo templo religioso ao longo da Estrada de Ferro Sorocabana".