Graças à raça negra à qual o Brasil tanto deve em trabalho, cultura e tradição, Laranjal Paulista viu nascer a sua Festa de São João Batista em 1884. Segundo relatos verbais ela era comemorada frente a uma capelinha existente no Pátio Santa Cruz, hoje Praça D. Pedro II. Ali os filhos da exuberante África festejavam o nascimento do Batizador de Cristo com preces oriundas das suas crenças misturadas com as do catolicismo, num verdadeiro sincretismo religioso.

      Não faltavam as danças como o batuque, os cantos dolentes, a fogueira, os comes-e-bebes típicos preparados por aqueles já libertos do cancro da escravidão. Antes mesmo da criação da paróquia, a festa passou a ser comemorada ao redor da primitiva capela porque abrigava a imagem de São João Batista. Com a chegada da colônia italiana e sua natural e contagiante alegria, ela foi incrementada e caminhou num crescer até alcançar o ápice que conhecemos.

      Adquiriu novas feições na parte profana com danças, músicas e pratos típicos da Itália. As celebrações religiosas haviam se modificado desde a inauguração da Capela onde ela passou a ser festejada e passaram a ter novena, missa e procissão. Juntou-se também aos italianos, outros povos vindos de diversas partes do mundo. "Cada pedra, cada rua, tem um toque de imigrantes, levantaram com seus sonhos, um país, uma cidade que não tem dono."